segunda-feira, 15 de julho de 2013

Crítica: Fios de Prata - Reconstruindo Sandman


O autor já joga na nossa cara o seguinte trecho da história que aparece na parte de trás do Livro:  “Tu inspiraste Rowling, e foi nas terras de Morpheus que se moldou Hogwarts. Tu inspiraste Tolkien, e foi nas terras de Phantasos que se anexaram as extensões de Terra-Média. Tu inspiraste Lovecraft e em minhas terras se fixou Miskatonic. Então eu te pergunto com sinceridade, anjo: até onde vai tua vontade de ser coadjuvante em um mundo de formas e pensamentos?”

Essa sinopse mais que original que é uma fala de "Phobetor" o Senhor dos Pesadelos, já nos mostra que o livro faz referencias de várias histórias que nós conhecemos e que tem lugar marcado na cultura pop e na literatura fantástica.

É assim que Raphael Draccon um dos maiores autores de fantasia do mercado literário nacional nos apresenta sua história "Fios de Prata - Reconstruindo Sandman",como o próprio titulo quer deixar bem claro ele faz várias referencias ao universo de Neil Gaiman mas consegue de um jeito bem particular não ultrapassar a barreira que diferencia homenagens de plágios.

A história começa com o jogador de futebol "Alejo" que se torna um fenômeno internacional pelo seu talento dentro de campo, mas não é essa habilidade que o faz ser  o principal personagem do livro. "Alejo" tem um dom raro,ele é um "Sonhador Desperto",que consegue ficar consciente nos momentos que é transportado para o mundo dos sonhos durante o seu sono e lá ele é um guerreiro onírico poderosíssimo e que tem sua alma cobiçada por deuses e anjos.

A disputa pela alma de Alejo acaba estourando uma Guerra entre os 3 deuses do mundo dos sonhos e no meio dessa batalha ele tem que entrar porque o amor da sua vida que ele acabou de conhecer entrou em coma e sua alma ficou presa dentro de pesadelos que são gerados por demônios.

No meio desse enredo fantástico Draccon usa referencias de vídeo games,filmes,livros e até de alguns episódios da historia do Brasil citando algumas das nossas personalidades Tupiniquins como Ayrton Senna.

A história tem um desenrolar incrível e original e durante a leitura você consegue ver que o autor fez uma pesquisa árdua para a construção do mundo que ele quer apresentar,um dos fatores que mais me chamaram a atenção são as referencias religiosas de várias religiões diferentes. Ele fala de projeção astral,hinduísmo e até tem uma cena que acontece enquanto a Oração de São Francisco é citada ao fundo e o mais legal é que a oração acaba sendo uma forma de descrição dos fatos que estão acontecendo durante a cena.

Termino o post dizendo sem nenhum peso na consciência que "Fios De Prata - Reconstruindo Sandman" é um livro mais que recomendado, que eu dou 5 estrelas e que estou interessadíssimo em procurar as outras obras do Draccon que estão a venda.

domingo, 14 de abril de 2013

Como Platão já dizia...


Me pego aqui numa manhã de domingo chuvosa,em casa estudando para filosofia (matéria que eu estou fazendo para faculdade). E acabo vendo que Platão escreveu a séculos atrás sobre o jeito que nós pensamos e nos criticamos no dia a dia.

"De acordo com Platão, sabemos que o pensamento acontece por meio do “diálogo sem som de mim comigo mesmo”. Aqui, é importante atentar que o pensamento não é um monólogo; ao contrário, ele supõe “dois” para que haja um diálogo, pois Platão nos diz que é um “diálogo de mim comigo mesmo”. Mas o que significa isso? Trata-se de um desdobramento que fazemos sempre que pensamos: eu, que sou “um” em minhas atividades cotidianas, desdobro-me em “dois” quando começo a pensar e esses “dois” entram em diálogo – que é a forma de acontecimento do pensamento. Mas, sempre que as atividades cotidianas me requisitam, o desdobramento desencadeado pelo pensamento é interrompido e eu que, quando estava pensando, era “dois”, unifico-me novamente voltando a ser “um”."

Agora pergunto a quem estiver lendo esse post nesse exato momento. Você nunca se indagou sobre alguma besteira ou duvida e ficou imaginando “você é um babaca! Não devia ter feito isso!” e depois acaba se respondendo falando coisas tipo “Não é bem assim” para no final perceber que responde algo que você mesmo disse!

Nós somos produtores de perguntas e respostas por natureza e quando não temos uma pergunta para fazer ou responder para alguém, acabamos inventando uma imagem de nós mesmos para perguntar e responder o que puder passar pelas nossas cabeças.

Se você escuta a “voz da sua consciência”, faz perguntas para o espelho e as vezes até vê o espelho te responder. Meu amigo, você não está sozinho. Você não tem dupla personalidade e muito menos está pronto para ser internado em um hospital psiquiátrico. Essas coisas apenas demonstram que você é humano e está exercitando seu pensamento filosófico sobre a vida e seus atos.

A própria construção da palavra “Filosofia”, mostra isso muito bem.  “philo” quer dizer amor ou amizade e “Sophia” significa saber. Mas para entender melhor isso você tem que ir atrás do que os gregos conceituavam como “amor”.

O “amor” para os gregos tinha um conceito diferente, como Eros, significava “falta” ou “ausência de alguma coisa”. É o desejo daquilo que não está presente. Por isso que o filosofo é esse cara chato que sempre procura meditar sobre tudo e qualquer assunto. Porque ele quer achar um conhecimento, um conceito, um significado novo toda hora.  E assim que temos que ver a vida, procure aprender alguma coisa todo dia, procure fazer algo bom até seu dia terminar. E nunca deixe de fazer perguntas para os outros,mas principalmente nunca deixe de fazer perguntas a si mesmo.


sexta-feira, 12 de abril de 2013

Formigas

Todos os dias as pessoas acordam antes do Sol se libertar das amarras da noite, para poderem batalhar por um minimo espaço dentro de um ônibus opressor. Espaço esse que não chega a 1 metro quadrado por pessoa. O transito das artérias urbanas que chamamos de ruas e avenidas mostra que a cidade está doente,a beira de um colapso.

Pequenas formigas trabalhadoras, é desta forma que o povo se vê. Os trabalhadores que circulam apressados nas ruas de manhã cedo para irem até seus trabalhos que não suportam, não se acham donos de suas vidas e se contentam com um salario sofrido que não consegue mante-los até o final do mês. E também é motivo de uma triste alegria aquela esmola que serve para a viagem diária no ônibus que mais parece o "navio negreiro do novo milênio" que a cada mês parece cobrar mais caro por roubar uma fatia da energia dessas pessoas antes delas irem para seus oficios.

Nós nunca deixamos de ser escravos,nunca deixamos de ser enganados. Apenas o tamanho das ilusões mudou. As ilusões se tornaram maiores, para todos se sentirem bem menores.








Desabafo escrito


Me sinto no meio de uma estrada
Jogado a própria sorte
Sem rumo nem norte
Cadê? Aquilo que me fazia viver?

Não me leve a mal
Não quero praguejar
Muito menos reclamar
Seja de você ou de outra coisa qualquer
Só não sei!
O que foi que eu guardei todo esse tempo
Todo esse esforço
Toda a dor que faz doer cada osso
Foi para que?

Foi para alguém me olhar
E ver mais um idiota sem par
Jogado nesse cenário
Que mais parece vindo de um filme de terceira
Procurando sua deixa que nunca irá chegar!

Só queria desabafar usando papel e caneta
Quem sabe uma viola preta
Pra vestir esse monte de besteira
Em uma canção


By: Koruja

quarta-feira, 10 de abril de 2013

O Voo Da Coruja

Quando o Sol se recolhe para dar lugar a noite, ela abre seus grandes olhos que guardam vários mistérios que apenas uma sábia testemunha da natureza consegue guardar.

Abandona sua arvore com um ligeiro e elegante voo,sente o ar frio e úmido nas suas penas e procura sua caça com seu instinto predador. Acha sua presa e com seus olhos prevê sua morte, desfere um ataque perfeito e rapta aquele pequeno mamífero que servirá de alimento essa noite para ela e sua prole poderem sobreviver.

Sua vitima encontrou o fim essa noite mas ela transformou o fim dessa pobre vida em um afortunada refeição para seu ninho. Ela volta para sua arvore,volta para seu lar e para sua família, divide a recompensa de seu trabalho noturno e assiste aquelas pequenas criaturas comerem e se fartarem até pegarem no sono calmo de recém nascidos.Esse lindo sono é tão delicado quanto um copo de cristal,que pode ser quebrado a qualquer momento por qualquer um.

Depois de assistir as pequenas criaturinhas ela vai até o ponto mais alto de sua arvore e se banha com o brilho prateado da luz da Lua. Gira sua cabeça para poder ver os quatro cantos do horizonte e depois começa a soltar seu som,sua marca,seu canto que mais parece um mantra noturno que agradece a natureza pela sabedoria que ela recebeu e com isso ela se despede da noite,do mundo e de Atena que a toma como simbolo. Porque a essa altura o Sol já pede licença na linha do horizonte e ela entende que deve voltar para o sono que mais parece um transe mágico.

Por que ela sabe de tudo isso? Porque ela é filha da noite,porque ela é unica, porque ela é a coruja!